quarta-feira, 13 de abril de 2016

DISLEXIA


Dentre muitas coisas que vejo na internet, me deparei com uma nova comunidade chamada brain4child. Trata-se de uma rede social, assim como o facebook, mas que diz respeito a assuntos que envolvem neurologia e aprendizagem. Lá encontrei uma apostila sobre a DISLEXIA, criada por Leila Bambino. Parte do conteúdo desta apostila está logo abaixo:

O que é dislexia?
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos linguísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1." Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico,
direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

Há tratamento para a dislexia?
O principal foco do tratamento para dislexia deve ser nos problemas específicos de aprendizado da pessoa afeta. O curso usual do tratamento é modificar os métodos de ensino e ambiente educacional para atender às necessidades específicas da pessoa com dislexia. 

Qual é o prognóstico para pessoas com dislexia?
Para aqueles com dislexia o prognóstico é variado. A dislexia afeta uma gama tão ampla de pessoas, produzindo diferentes sintomas e variados níveis de gravidade, que previsões são difíceis de ser feitas. Porém, o prognóstico é geralmente bom para pessoas nas quais a dislexia foi identificada prematuramente, tem família e amigos que dão suporte, e que estão envolvidos em programas apropriados de remediação. 

Como identificar a dislexia?
Haverá sempre:
  • dificuldades com a linguagem e escrita;
  • dificuldades em escrever;
  • dificuldades com a ortografia;
  • lentidão na aprendizagem da leitura.

Haverá muitas vezes:
  • disgrafia (letra feia);
  • discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
  • dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
  • dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas;
  • dificuldades para compreender textos escritos;
  • dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
  • dificuldades com a linguagem falada;
  • dificuldade com a percepção espacial;
  • confusão entre direita e esquerda.

DISLÉXICO NA SALA DE AULA

Lidando com um aluno disléxico, o professor deve ter conhecimento e sensibilidade. Algumas estratégias podem usadas para facilitar o aprendizado do aluno disléxico:
  • Uso frequente de material concreto: relógio digital, calculadora, gravador, material dourado;
  • Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha;
  • Uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem);
  • Folhas quadriculadas para matemática;
  • Máscara para leitura de texto;
  • Letras com várias texturas;
  • Fazer revisões frequentemente;
  • Evitar ou dar mais tempo para que copie do quadro, pois isso é sempre um problema;
  • Para ler palavras longas, ensinar a separá-las com uma linha a lápis;
  • Não forçar a modificar sua escrita, pois ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo;
  • Dar menos dever de casa e avaliar a necessidade e aproveitamento deste;
  • Dar um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas;
  • Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que lhe foi dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória;
  • Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas;
  • Uma língua estrangeira é muito difícil para eles; 
  • Fazer suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas;
  • A criança disléxica deve sentar-se próxima à professora, de modo que a professora possa observá-la e encorajá-la a solicitar ajuda;
  • Não esperar que ela use corretamente e autonomamente um dicionário para verificar como é a escrita correta da palavra. A habilidade de uso de dicionário deve ser cuidadosamente ensinada;
  • Evitar dar várias regras de escrita numa mesma semana. Por exemplo, os vários sons do "C" ou "G". Dar lista de palavras com uma mesma regra para a criança aprender, sendo uma a cada semana.

A professora deve ter muita sensibilidade para que suas atitudes não diminuam a autoestima do aluno disléxico, já tão frágil. Algumas atitudes e comportamentos podem ser feitos para isso:

  • Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe;
  • Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo;
  • Suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas;
  • Demonstrar paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo;
  • Não riscar de vermelho seus erros ou colocar lembretes tipo: Estude! Precisa estudar mais! Precisa melhorar!;
  • Procurar não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz;
  • Não considerar as trocas na escrita como erro por falta de cuidado, tirando pontos de seu trabalho;
  • Procurar não reforçar sentimentos que minimizam sua autoestima.


     Gostaria de lembrar que o diagnóstico da dislexia deve ser realizado sempre por uma equipe multidisciplinar, onde muitos profissionais estão envolvidos. (Fonoaudiólogo, Psicopedagogo,
Neurologista, Otorrinolaringologista). 

Fonte: www.brain4child.com.br

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