sexta-feira, 22 de abril de 2016

A criança e a preguiça


      Dizem que foi Gregório o Grande quem incluiu a preguiça na lista dos pecados capitais junto à gula, luxúria, avareza, ira, soberba e inveja. Cá entre nós, dá até preguiça pensar em todos! 


      Preguiça pode refletir dificuldade em perceber quando é hora de iniciar uma tarefa ou deliberadamente adiar seu início, procrastinar, empurrar com a barriga mesmo percebendo que é preciso iniciá-la. Menos frequentemente ocorre em situações de prazer, afinal, “comer e coçar é só começar”. Na maioria das vezes, é certo, surge em condições de menor motivação, seja para tomar banho, escovar os dentes ou estudar para a criança ou fazer o imposto de renda, pagar contas ou trabalhar para o adulto. No entanto, outras tantas vezes, ocorre independente da motivação, de forma pervasiva (de forma indesejada) na vida da criança, adolescente ou adulto, trazendo prejuízo significativo no seu funcionamento.

      Seja pecado capital ou disfunção executiva, a dificuldade de iniciar encontra-se associada a desfechos negativos para o desenvolvimento da criança.

      Crianças com dificuldades de iniciar apresentam risco 1,8 (95%IC 1,6-2,1) vezes maior de baixo desempenho escolar (ou 80% maior), 2,9 (95%IC 2,7-3,2) vezes maior de problemas de saúde mental (ou 190% maior) e 8,4 (95%IC 5,5-12,9) vezes maior de associação ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (740% maior) 1.


      Crianças com dificuldades nessa habilidade demoram a iniciar suas tarefas escolares ou de casa (escovar os dentes, tomar banho, se trocar, tomar as refeições e dormir), deixando tudo para a última hora. Isso frequentemente causa um grande desgaste aos pais que precisam repetir várias vezes o mesmo comando, chegando a perder a paciência. Crianças que têm dificuldade para dar início e perseverar em atividades frequentemente também apresentam problemas com planejamento e organização. Elas podem ficar tão sufocadas com tudo que têm a fazer, que acabam não fazendo nada.


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quarta-feira, 13 de abril de 2016

DISLEXIA


Dentre muitas coisas que vejo na internet, me deparei com uma nova comunidade chamada brain4child. Trata-se de uma rede social, assim como o facebook, mas que diz respeito a assuntos que envolvem neurologia e aprendizagem. Lá encontrei uma apostila sobre a DISLEXIA, criada por Leila Bambino. Parte do conteúdo desta apostila está logo abaixo:

O que é dislexia?
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos linguísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1." Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico,
direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

Há tratamento para a dislexia?
O principal foco do tratamento para dislexia deve ser nos problemas específicos de aprendizado da pessoa afeta. O curso usual do tratamento é modificar os métodos de ensino e ambiente educacional para atender às necessidades específicas da pessoa com dislexia. 

Qual é o prognóstico para pessoas com dislexia?
Para aqueles com dislexia o prognóstico é variado. A dislexia afeta uma gama tão ampla de pessoas, produzindo diferentes sintomas e variados níveis de gravidade, que previsões são difíceis de ser feitas. Porém, o prognóstico é geralmente bom para pessoas nas quais a dislexia foi identificada prematuramente, tem família e amigos que dão suporte, e que estão envolvidos em programas apropriados de remediação. 

Como identificar a dislexia?
Haverá sempre:
  • dificuldades com a linguagem e escrita;
  • dificuldades em escrever;
  • dificuldades com a ortografia;
  • lentidão na aprendizagem da leitura.

Haverá muitas vezes:
  • disgrafia (letra feia);
  • discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
  • dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
  • dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas;
  • dificuldades para compreender textos escritos;
  • dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
  • dificuldades com a linguagem falada;
  • dificuldade com a percepção espacial;
  • confusão entre direita e esquerda.

DISLÉXICO NA SALA DE AULA

Lidando com um aluno disléxico, o professor deve ter conhecimento e sensibilidade. Algumas estratégias podem usadas para facilitar o aprendizado do aluno disléxico:
  • Uso frequente de material concreto: relógio digital, calculadora, gravador, material dourado;
  • Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha;
  • Uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem);
  • Folhas quadriculadas para matemática;
  • Máscara para leitura de texto;
  • Letras com várias texturas;
  • Fazer revisões frequentemente;
  • Evitar ou dar mais tempo para que copie do quadro, pois isso é sempre um problema;
  • Para ler palavras longas, ensinar a separá-las com uma linha a lápis;
  • Não forçar a modificar sua escrita, pois ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo;
  • Dar menos dever de casa e avaliar a necessidade e aproveitamento deste;
  • Dar um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas;
  • Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que lhe foi dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória;
  • Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas;
  • Uma língua estrangeira é muito difícil para eles; 
  • Fazer suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas;
  • A criança disléxica deve sentar-se próxima à professora, de modo que a professora possa observá-la e encorajá-la a solicitar ajuda;
  • Não esperar que ela use corretamente e autonomamente um dicionário para verificar como é a escrita correta da palavra. A habilidade de uso de dicionário deve ser cuidadosamente ensinada;
  • Evitar dar várias regras de escrita numa mesma semana. Por exemplo, os vários sons do "C" ou "G". Dar lista de palavras com uma mesma regra para a criança aprender, sendo uma a cada semana.

A professora deve ter muita sensibilidade para que suas atitudes não diminuam a autoestima do aluno disléxico, já tão frágil. Algumas atitudes e comportamentos podem ser feitos para isso:

  • Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe;
  • Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo;
  • Suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas;
  • Demonstrar paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo;
  • Não riscar de vermelho seus erros ou colocar lembretes tipo: Estude! Precisa estudar mais! Precisa melhorar!;
  • Procurar não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz;
  • Não considerar as trocas na escrita como erro por falta de cuidado, tirando pontos de seu trabalho;
  • Procurar não reforçar sentimentos que minimizam sua autoestima.


     Gostaria de lembrar que o diagnóstico da dislexia deve ser realizado sempre por uma equipe multidisciplinar, onde muitos profissionais estão envolvidos. (Fonoaudiólogo, Psicopedagogo,
Neurologista, Otorrinolaringologista). 

Fonte: www.brain4child.com.br

sábado, 11 de abril de 2015

Um cérebro feliz

Assisti este vídeo e achei muito interessante. Nele, podemos entender um pouco mais como o nosso cérebro reage à emoções. Vale a pena conferir!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

domingo, 5 de junho de 2011

Posso aumentar a inteligência de meu filho?

Há mais ou menos 1 mês, assisti uma palestra do Prof. Pier (Pierluigi Piazzi) com o título "Estimulando a inteligência". Gostei muito da palestra e da pessoa que é o prof. Pier. Em sua palestrta ele deixa evidente o que é tarefa da escola, dos pais e do aluno. Além disso explica sua teoria sobre aprendizagem, onde insiste em repetir que: para um aprendizado eficiente é preciso lembrar sempre que AULA DADA É AULA ESTUDADA no mesmo dia.

Segundo professor Pier, durante a aula, o aluno entende a matéria, o conteúdo (este é o 1º passo para a aprendizagem). Quando chega em casa é necessário que o aluno faça uma revisão do que foi estudado em sala de aula, sempre fazendo anotações, resumos, exercícios... Isso fará com que o aluno fixe seu aprendizado, mas isso deve ser feito diariamente (este é o 2º passo para a aprendizagem). Quando o aluno dorme, será dado o 3º passo da aprendizagem, pois tudo o que está armazenado em sua memória imediata será transferido para a memória permanente (o que garante o verdadeiro aprendizado).

Durante a palestra foi falado sobre muitas coisas interessantes sobre o cérebro humano e seu funcionamento, relação pais/filhos/escola na atualidade, formas de estimular a inteligência e a necessidade da leitura por prazer.

Aqui vai o site do prof. Pier sobre neuropedagogia. Nele está resumido tudo o que foi passado na palestra e sua teoria sobre aprendizagem. Já visitei e recomendo:

domingo, 13 de março de 2011

O texto na era digital

"Para além do internetês, a internet está mudando a maneira como lemos e escrevemos"
Edgard Murano



Houve um tempo em que o hábito de manter cadernos de anotações era algo bastante corriqueiro. Os chamados de "livros de lugares-comuns" (ou commonplace books) eram utilizados pelos leitores para o registro de trechos e passagens interessantes com que se deparavam em suas leituras. Mas além de transcrições, esses cadernos também reuniam apontamentos sobre a vida cotidiana, conforme relata o historiador Robert Darnton em A Questão dos Livros (Cia. das Letras, 2009, p.164). Essas informações eram grupadas e reorganizadas à medida que novos excertos iam sendo acrescidos. O hábito espalhou-se por toda a Inglaterra no início da era Moderna, e muitos escritores famosos - entre eles John Milton e Francis Bacon - cultivaram essa maneira especial de absorver a palavra impressa, fundada na não linearidade e na fragmentação da informação.



Tradição viva

Hoje, com mais de 37 milhões de usuários de internet só no Brasil, essa tradição de escrita parece mais viva do que nunca, impulsionada por novas tecnologias e amplificada pela comunicação em rede. Não é exagero afirmar que e-mails, blogs e redes de relacionamento já deixaram sua marca na produção textual contemporânea. Para o escritor Michel Laub, autor dos romances O Gato Diz Adeus e Longe da Água (ambos pela Cia. das Letras), a internet tornou os textos mais naturais e coloquiais, embora não seja a única responsável por essas mudanças.

- O texto da internet é um texto em geral mais coloquial, menos "literário", no sentido de ser mediado por truques de estilo. A internet não inventou a coloquialidade, mas fez com que ela passasse a soar mais natural para muito mais gente e, estatisticamente ao menos, virou um certo padrão - afirma.

Com cada vez mais usuários - o acesso à rede no Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 - a internet está criando novos hábitos de comunicação entre as pessoas, que acabam se adaptando às facilidades da nova tecnologia. Isso vale tanto para a leitura, em vista da profusão de textos veiculados na rede, quanto para a escrita, principal meio de expressão do internauta (pelo menos até que as conversas "via voz" se tornem mais corriqueiras).


 
Superficialidade

Há quem veja nessa torrente de informações que jorra na internet um fator negativo, dificultando nossa concentração em textos de fôlego como romances, por exemplo. Em artigo controverso publicado na revista The Atlantic em 2008, intitulado "O Google Está nos Deixando Idiotas?", o crítico de tecnologia Nicholas Carr defende a tese de que a navegação na internet está interferindo em nossa capacidade de leitura. Se antes, afirma Carr, ele se sentia um "mergulhador num oceano de palavras", hoje ele literalmente se sente "esquiando nesse oceano", dando a entender que a experiência de ler proporcionada pela internet é bastante superficial.

Por falar em imersão, para Roseli Deieno Braff, supervisora de língua portuguesa da editora COC, essa geração que já nasceu imersa na tecnologia não possui carência de informações, pois está sempre conectada. Porém falta muitas vezes a capacidade de se aprofundar mais no que leem e, consequentemente, de separar o joio do trigo.

- Não falta informação para esses jovens, mas muitas vezes falta a capacidade de processar e refletir sobre tudo o que leem. Ansiosos e inquietos, consideram uma tarefa muito difícil ler um livro de cem páginas. Nesse sentido, a ausência de concentração torna-se muito negativa, obstáculo inclusive para a resolução dos problemas que a vida certamente vai oferecer - afirma Roseli.

Ainda que o processo de reflexão não esteja acompanhando o ritmo acelerado com que esta geração vem consumindo informações, a professora de português Rosangela Cremaschi, do curso de Comunicação Escrita da FAAP, acredita que a diversidade de códigos e linguagens tem deixado os jovens mais atentos e receptivos.

- A internet deixou o leitor mais receptivo e participativo, pois recebe informações em diferentes linguagens e por meio de leituras não lineares. O texto até então "sagrado" se torna mais acessível. Se antes o ato de ler era algo distante, a internet acabou com isso, o que é positivo - defende Rosangela.

O escritor Michel Laub também vê com bons olhos os novos hábitos de leitura incutidos pela tecnologia. Para ele, a propensão a textos mais curtos em sites e blogs não nos tornou necessariamente mais dispersos ou desatentos. Ao contrário: lê-se mais do que antigamente.

- Os que leem textos mais longos e difíceis são uma minoria como sempre foram. Mas o restante das pessoas, que há uma década não lia nada, hoje trabalha com o texto escrito boa parte do tempo, e isso cria um certo hábito de leitura, mesmo que diluído - afirma.


Mais leitores

Não por acaso, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro na última década, o Brasil saltou de 26 para 66,5 milhões de leitores no que diz respeito a livros impressos. Esses números por si só já desfazem qualquer "má" influência da internet sobre os hábitos de leitura do brasileiro.

- A internet não deve ser vista como algo negativo, pois amplia nossas possibilidades de leitura. É claro que é preciso um olhar crítico, e este é o papel do educador, o de orientar a busca, seleção e gerenciamento das informações que estão disponíveis na rede - afirma Valéria Caratti, consultora do portal Planeta Educação.

Não só a leitura como também a escrita foram favorecidas pela explosão da comunicação na internet observada na última década, que proporcionou um contato maior das pessoas com atividades que envolvam a escrita - como deixar um recado na página de um amigo, escrever um e-mail ou postar textos num blog. Também é inegável que sites de relacionamento - como Orkut, Twitter e Facebook, só para citar os mais conhecidos - tornaram o ato de escrever mais banal e cotidiano, sem nenhum prejuízo nisto, uma vez que a escrita elaborada deixou de ser algo exclusivo de escritores e das atividades escolares.

Os números atestam a presença incontornável das redes sociais no dia a dia das pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Hitwise Serasa Experian, essas redes são responsáveis por 62% do tráfego de internet no Brasil. Em julho de 2009, 21,4 milhões de pessoas usaram algum tipo de rede social no país, isto é, cerca de 83% dos internautas residenciais, de acordo com o Ibope Nielsen Online.

O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela cultura escrita dos blogs, as redes sociais elevaram à enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade às pessoas em torno de interesses em comum. O próprio microblog Twitter, intensamente debatido na mídia por sua contribuição à concisão (ver a matéria "O que é possível dizer em 140 caracteres?", Língua 54), de certa forma cristalizou uma tendência a textos enxutos. Gêneros de texto como o aforisma, o haicai e o epigrama, entre outras formas breves, encontram no Twitter o suporte ideal.

Para além dos modismos que nascem e morrem na grande rede mundial de computadores, o advento do microblog Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a novidades tecnológicas, como o escritor José Saramago, que chegou a declarar: "Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido". Por mais que autores torcessem o nariz para a ferramenta, muitos deles aderiram, dando corpo ao que se chamou de "tuiteratura". No Brasil, escritores como Fabrício Carpinejar, Marcelino Freire, Carlos Seabra, entre muitos outros, aderiram ao novo gênero, emprestando-lhe uma dicção própria.


Coexistência

Essa diversidade estilística introduzida na literatura pelo texto praticado na internet, com suas formas mais soltas e coloquiais, criou dois caminhos possíveis para escritores, afirma Michel Laub. Ele argumenta que, por um lado, parte dos leitores ficaram mais impacientes com a prosa de feições literárias - mais lentas, de vocabulário mais amplo, verbos no mais-que-perfeito etc. - ao passo que outros leitores passaram a valorizar ainda mais esse tipo de escrita, justamente pela superexposição a textos mais simples encontrados na internet. No entanto, o escritor acredita que essas duas vertentes de prosa podem coexistir.

- Sempre é possível a diversidade na literatura. Cito dois exemplos de autores que escreviam assim muito antes da internet: William Faulkner, mais "oral", e Marcel Proust, mais "literário" - explica Laub.

Para Roseli, no entanto, os resultados dessa coexistência são variáveis, com resultados nem sempre positivos.

- Do mesmo modo que a oralidade intervém na norma culta do idioma, e que foi uma das bandeiras dos modernistas brasileiros na Semana de 1922, a linguagem "ligeira", às vezes cifrada e só para iniciados, também afeta a modalidade culta, e o resultado nem sempre é positivo - afirma.

Anos antes de o microblog cair na preferência de internautas no mundo inteiro, os blogs já ocupavam um lugar privilegiado na internet, que pela primeira vez oferecia aos usuários a possibilidade de escrever, editar e publicar seus próprios textos.

- O espaço reduzidíssimo do Twitter opõe-se ao blog, este sim uma ferramenta capaz de abrigar fotos, textos próprios ou alheios, comentários, tudo organizado em forma de mural ou diário eletrônico, utilíssimo para desenvolver nos estudantes as habilidades de leitura e escrita - explica a professora Roseli.

A partir daí, navegar pela internet deixou de ser um ato solitário, em que o usuário apenas entrava nas páginas e lia seus conteúdos. Com os recursos de interação cada vez mais expandidos, qualquer site é um convite a comentários, críticas e observações, obrigando os internautas a desenvolverem discursos de improviso e a defender seus pontos de vistas. O Facebook, por exemplo, aprimorou as antigas listas de discussões e fóruns, acrescentando-lhes um visual mais limpo e elaborado, com diferentes graus de interação acompanhados de recursos audiovisuais, tornando a experiência de compartilhar informações ainda mais enriquecedora.

Embora não se possa afirmar categoricamente que a internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura letrada", com ênfase em informações profundas e relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das pessoas. Mais do que gírias e jargões, como o famigerado "internetês", as transformações pelas quais passam a escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.



 
As regras de ouro do e-mail

Anterior à internet, o correio eletrônico continua sendo uma das formas de comunicação mais eficazes

Mais antigo do que a própria internet, o e-mail é uma das ferramentas mais importantes da comunicação virtual, e seu surgimento foi importante para que a rede mundial de computadores fosse aperfeiçoada e desenvolvida. A primeira troca de mensagens eletrônicas foi em 1965 e possibilitava a comunicação entre várias pessoas ao mesmo tempo.

A velocidade dessas mensagens pode ser um prato cheio para desatenções por parte de redatores, resultando em erros muitas vezes constrangedores. Para que isso não ocorra, o texto de um e-mail deve ser simples, exigindo cuidados com sua releitura e acertos no tom da mensagem.

No trabalho, onde a comunicação pode custar dinheiro ou mesmo o sucesso profissional, um e-mail deve ser redigido com toda a atenção para não dar margem a mal-entendidos. Deve priorizar três pontos: simplicidade, clareza e objetividade.

O vocabulário deve pertencer à linguagem usual, sem expressões rebuscadas que possam complicar a mensagem;

Simplicidade não pode ser sinônimo de descuido. É preciso estar atento à repetição de termos sem necessidade, abreviações obscuras ou construções truncadas;

Para um texto conciso e claro, basta relê-lo e cortar termos desnecessários,evitando dizer em muitas palavras o que se poderia dizer em poucas;

Ter em mente o receptor de sua mensagem e tentar adequar o tom, com o cuidado de reler no final o texto

Cuidado com palavras mal colocadas e destinatários errados. Uma simples mensagem destinada à pessoa errada por engano pode causar ;grandes estragos.


A "netiqueta"

Como se comportar corretamente no mundo virtual

Maiúsculas: textos em maiúsculas (CAPS LOCK ativado), na maioria dos casos, dão a entender que você está gritando. Se quiser destacar algo, sublinhe ou coloque entre aspas. Se o programa utilizado na comunicação permitir, use o itálico ou o negrito, mas sempre de forma moderada para não poluir o texto.

Erros de grafia: em conversas informais é normal que a norma culta da língua seja posta de lado. O que não quer dizer que se possa escrever de qualquer jeito. Atenção para os erros que podem mudar o significado do que se quis dizer, como usar "mais" em vez de "mas", "e" em vez de "é", "de" em vez de "dê" e assim por diante.

Pontuação: por mais informal que seja, o interlocutor pode não conseguir acompanhar o fluxo de pensamento do redator. Daí a necessidade de pausas. Por isso atenção à pontuação e à divisão de parágrafos.

Respostas: ao enviar respostas em fóruns, listas de discussão ou debates em redes sociais como o Facebook, por exemplo, procure ser claro sobre o que está falando ou a que está se referindo. Copie e cole um trecho da questão, dê nome ao que você pretende responder e evite deixar sua réplica solta sem referências às mensagens prévias nas quais você se baseou.

Público x privado: questão cara em tempos de redes sociais, o cuidado com o que se publica é essencial para evitar mal-entendidos e situações constrangedoras. Como o meio virtual permite respostas muito rápidas e publicações instantâneas, pense antes de tornar públicos seus pensamentos. Por isso pense, escreva, leia o que escreveu e só depois publique na internet. Lembre-se que suas opiniões ficarão registradas e podem ser facilmente associadas ao seu nome numa busca rápida. Evite também publicar informações que possam lhe causar problemas, como críticas ao seu chefe ou seu endereço.


Um blog pra chamar de seu

Manter uma página com textos próprios pode melhorar suas habilidades de escrita e leitura

A palavra "blog", redução de web log, foi criada em 1997 para designar sites cuja estrutura dinâmica e interface amigável facilitam a publicação imediata de textos, imagens e sons, sem a mediação de webmasters ou especialistas em tecnologia. Sua estrutura favorece a ordem cronológica, cabendo ao post mais recente o lugar de destaque no topo da lista.

Atualmente há milhões de blogs em atividade na internet e sobre os mais variados temas. Tem-se atribuído um papel importante aos chamados "blogueiros" na mídia de hoje, veiculando informações exclusivas e conteúdos que dificilmente seriam publicados em veículos de expressão, seja por razões ideológicas ou por serem de interesse muito específico.

Educadores e especialistas em linguagem são unânimes ao afirmar que o cultivo de um blog pessoal traz benefícios às habilidades de escrita e leitura. A seguir, algumas dicas importantes para quem deseja tornar-se um editor dos próprios textos:

Escolha um serviço de blogs (Wordpress, Blogspot etc.) e crie uma conta com um endereço fácil de memorizar

Não se preocupe de imediato em definir um tema específico, que mais tarde poderá ser uma camisa de força. A ideia é que o blog seja abrangente o bastante para abarcar variados temas

Procure não emitir opiniões polêmicas ou preconceituosas. Isso pode lhe custar um processo

Procure escrever com regularidade. Se num mesmo dia tiver ideias para mais de um texto, publique apenas um e programe os outros para serem publicados em dias diferentes

Redes sociais como o Twitter e o Facebook são uma boa vitrine para o seu blog. Procure chamar a atenção de seus amigos e seguidores para seus posts publicando links,


Use o Twitter a seu favor

Extraia o máximo de sua comunicação com o mínimo de caracteres

O Brasil é o segundo país com o maior número de usuários do Twitter, rede social criada em 2006 que permite ao internauta escrever mensagens de no máximo 140 caracteres. O serviço também permite que você "siga" outros perfis, cujas informações podem ser visualizadas em tempo real. A onda do Twitter chegou rapidamente ao mundo corporativo, que aos poucos começa a usá-lo de forma mais eficaz. A seguir, algumas sugestões que podem ser úteis para quem quer fazer bom uso da ferramenta.

Regularidade: muitos perfis no Twitter ficam inativos por tempo demais, não cumprindo assim a função a que se propõem. Portanto escreva, leia, siga, enfim, faça-o funcionar.

Pessoal x profissional: cuidar de um Twitter corporativo exige que você "pense" como a empresa ou o produto. Por isso nunca emita opiniões pessoais sobre temas polêmicos.

Interação: embora o Facebook seja mais propício à interação com outros usuá­rios, o Twitter também permite formas de interação com outros perfis. O ideal é que não se faça desse espaço uma espécie de sala de bate papo. Deixe as conversas longas e de caráter mais pessoal para o e-mail ou Facebook. Ouça opiniões, retuíte-as, responda e não fuja de questões delicadas, mantendo sempre a responsabilidade sobre o que está dizendo.

Não saia seguindo todo mundo: de nada adianta seguir 10 mil pessoas esperando ser seguido de volta. O que irá atrair seguidores do seu perfil certamente é o conteúdo do que você publica. Além disso, seguir muitas pessoas sobrecarregará sua timeline, impedindo que você absorva todas as informações.

Unfollow": se acaso algum perfil estiver inundando-o de informações inúteis ou ofensivas, não hesite em parar de segui-lo (unfollow). Mas não é preciso alardear.

Honestidade: não tome como suas as ideias que você leu em outros perfis. Procure citar a fonte de seus tuítes.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desenvolvimento da Linguagem Humana

Até 1 ano:

Nos primeiros 6 meses o bebê emite vocalizações e sons guturais.

Dos 6 aos 8 meses o bebê apresenta balbucio repetitivo e a imitação da entonação.

Em torno dos 12 meses iniciam-se as primeiras verbalizações com significado.

Com 1 ano a criança conhece seu nome; Diz 2 a 3 palavras além de “mama” e “papa”; Imita palavras familiares; Compreende ordens simples; Reconhece as palavras como símbolos para objetos.

Entre 1 e 2 anos: aos 18 meses a criança pode apresentar um vocabulário com 50 palavras. Entre 18 e 24 meses seu vocabulário se amplia e se aproxima de 200 palavras.Compreende a palavra “não”; Combina duas palavras; Reproduz o som de animais conhecidos; Aponta figuras de um livro quando nomeadas; Segue comandos simples.

Entre 2 e 3 anos: Usa sentenças curtas, de 3 a 4 vocábulos; nomeia figuras e objetos comuns; Identifica partes do corpo; Apresenta um vocabulário de 450 palavras; Combina nomes e verbos; Conversa com outras crianças assim como com adultos; Aprecia ouvir a mesma história várias vezes.

Entre 3 e 4 anos: Nessa fase a criança possui um vocabulário de aproximadamente 1.000 palavras; já compreende ordens mais longas, conversas, histórias e músicas; sua fala é mais fácil de ser compreendida por pessoas de fora de sua convivência; se comunica por sentenças simples de 4 a 5 palavras; relata experiências pessoais, ainda sem muitos detalhes.

Entre 4 e 5 anos: Seu vocabulário aumenta para 1.500 palavras; compreende questões mais complexas; consegue usar o tempo verbal no passado; é capaz de definir algumas palavras; sabe listar ítens que pertençam a mesma categoria, tais como animais, carros etc; explica como realizar algumas atividades, tais como pintar.

Entre 5 e 6 anos: A criança nessa idade apresenta as habilidades de linguagem bem desenvolvidas; aprende palavras mais especializadas de seu centro de interesse; expande sua habilidade em compreender fenômenos explicados verbalmente; pronuncia todos os sons da língua com clareza; elabora sentenças mais complexas e gramaticalmente corretas; apresenta um bom vocabulário que está em contínuo crescimento; é capaz de iniciar conversação e sabe esperar sua vez de falar quando em grupo.



Distinção entre Fala e Linguagem

A fala é a expressão verbal da linguagem e envolve a articulação dos sons para a produção de palavras.

A linguagem é muito mais ampla e se refere a todo o sistema de expressão e recepção da informação. Consiste em compreender e ser compreendido por meio da comunicação verbal, não verbal e escrita.

Apesar dos problemas de fala e de linguagem serem diferentes, com freqüência eles se superpõem.

Uma criança com dificuldades de linguagem pode pronunciar as palavras corretamente, mas não ser capaz de unir mais de duas palavras. Por outro lado, talvez seja difícil compreender a fala de uma outra criança, apesar dela utilizar palavras e frases para expressar suas ideias. É possível ainda encontrar uma terceira criança que fale corretamente, mas tenha dificuldades para seguir instruções.